Guia completo sobre o ciclo do café
Entenda como funciona todo o ciclo do café, desde o plantio até a colheita com o guia da ICL
Separamos os principais assuntos em formato de guia, para facilitar o seu entendimento sobre o ciclo de vida do café, como as fases fenológicas, práticas de manejo, colheita, processamento e aplicação de fertilizantes.
Mercado da cafeicultura
Que o café é um patrimônio do Brasil, com certeza você já sabia, apesar do aumento dos preços, esse é um item que não pode faltar no dia a dia dos brasileiros. Em fevereiro o indicador Cepea/Esalq do tipo 6 fechou a saca de 60kg em R$2.565,86, isso foi um recode histórico.
Pesquisadores que fizeram esse levantamento, argumentam que o impulse é por conta da oferta limitada dos cafés disponíveis para negociações, como os estoques e a produção no Brasil estão menores, o volume de venda teve um grande salto. E também tem a demanda internacional com prol~eoa para a safra 2025/26 que poderá continuar pequena.
Fases fenológicas do cafeeiro
As fases fenológicas do café referem-se aos estágios de desenvolvimento da planta, desde a germinação da semente até a maturação dos frutos. Cada fase possui características específicas e demanda cuidados particulares para garantir a produtividade e a qualidade dos grãos.
Cultivo do Café: Floração, início do ciclo produtivo
É o desenvolvimento da flor do café que é perfumada, no qual continuam pequenas e brancas, e cada uma pode se transformar no fruto do café. Pode durar alguns dias ou semanas, as condições climáticas como temperatura, luz solar e umidade, podem influenciar diretamente nesses prazos.
Frutificação (Chumbinho): Formação dos frutos
É quando as flores desabrocham formando os frutos verdes chamados de chumbinhos, representa a fase reprodutiva e essencial na vida da planta. Pois os frutos só surgem após as plantas serem fecundadas e terá posteriormente o desenvolvimento dos grãos de café.
Granação: Enchimento dos grãos
A granação é uma fase fundamental no ciclo de vida do cafeeiro, que se caracteriza pelo enchimento e desenvolvimento dos grãos dentro dos frutos. É nessa fase que os grãos acumulam os compostos que serão responsáveis por determinar a qualidade final do café, como açúcares e lipídios. O processo de granação também define o tamanho e o peso dos grãos, impactando diretamente na produtividade da colheita e no sabor da bebida.
Maturação: O ponto ideal para a colheita
A maturação do café é a fase final e crucial para a qualidade da bebida, marcada pela transformação da cor dos frutos, que sai do verde (chumbinho) para tons de amarelo, laranja ou vermelho. Durante esse período, os frutos acumulam açúcares e outros compostos que definem o sabor e aroma do café, enquanto a umidade diminui.
Principais variedades de café
Existem duas espécies principais de café cultivadas comercialmente:
Arábica (Coffea arabica)
É a variedade mais cultivada no mundo, representando cerca de 60% da produção global, os seus grãos possuem um sabor suave, aroma complexo e uma acidez equilibradas. É cultivada em altitudes mais elevadas, entre 800 e 2.000 metros acima do nível do mar, além de ser mais sensível a pragas e doenças.
Robusta (Coffea canephora)
É a segunda variedade mais cultivada, representando cerca de 40% da produção global, os seus grãos têm um sabor mais intenso e amargo, possui mais cafeína e é menos ácido. É cultivada em altitudes mais baixas, até 800 metros acima do nível do mar. É mais resistente a pragas e doenças.
Colheita do Café: Quando e como é feita?
A colheita do café é uma etapa crucial para a qualidade do produto final. O momento ideal para a colheita varia conforme a variedade, a região e as condições climáticas do plantio. É feita quando os frutos atingem o ponto ideal de maturação, apresentando coloração vermelho-cereja ou amarela.
Colheita manual
É o método tradicional, ideal para pequenas propriedades por ser uma colheita mais seletiva de frutos maduros de alta qualidade. É mais trabalhosa e precisa de muita mão de obra, possui menos impacto global, mas exige mais investimento.
Colheita mecanizada
É um método mais utilizado em grandes propriedades, é feita a colheita de todos os frutos independente da maturação, é uma colheita mais rápida e eficiente, mas que pode comprometes a qualidade do café. Tem menos investimento, é mais rápido na execução, tem maior impacto ambiental e menor qualidade.
Práticas de manejo recomendadas
As práticas de manejo para o café são essenciais para garantir a produtividade, a qualidade dos grãos e a sustentabilidade da lavoura. Elas abrangem desde o preparo do solo e o plantio até a colheita e o pós-colheita.
Preparo do solo e plantio:
- Análise do solo para determinar a necessidade de correção da acidez e a disponibilidade de nutrientes;
- Calagem e adubação para corrigir a acidez do solo e fertilizantes para suprir as necessidades nutricionais do cafeeiro;
- Preparo do terreno para incluir a aração e a gradagem, para garantir a boa estrutura do solo;
- Escolha da variedade para adaptar às condições climáticas e edáficas da região;
- Espaçamento entre as plantas para garantir a boa insolação e aeração da lavoura.
Manejo da lavoura:
- Adubação de cobertura ao longo do ciclo de desenvolvimento do cafeeiro para suprir as necessidades nutricionais da planta;
- Controle de plantas daninhas;
- Realizar podas de formação e de produção para ter boa estrutura da planta;
- Controle de pragas e doenças;
- Irrigação da lavoura em períodos de seca para garantir a boa produtividade.
Secagem e beneficiamento do Café
A secagem e o beneficiamento são etapas cruciais no processamento do café, que influenciam na qualidade final da bebida. São feitos após a colheita visando remover a polpa e a casca dos grãos, preparando-os para a torra.
Métodos de secagem
Existem três métodos principais de secagem do café:
- Natural: onde os frutos são secos ao sol, em terreiros ou pátios. Esse método resulta em um café com sabor mais doce e encorpado, devido à maior interação dos grãos com a polpa durante a secagem;
- Lavado: Os frutos são lavados e a polpa é removida antes da secagem, resultando em um café com acidez mais elevada e sabor mais limpo;
- Descascado (Honey): É um método intermediário, em que a polpa é parcialmente removida antes da secagem. Resulta em um café com características intermediárias entre os natural e lavado.
Métodos de beneficiamento
Após a secagem, os grãos de café passam pelo beneficiamento, que consiste em remover a casca e outras impurezas. O beneficiamento pode ser realizado por via seca ou úmida:
- Via seca: os grãos são descascados e limpos a seco, resultando em um café com sabor mais encorpado e menor acidez;
- Via úmida: os grãos são lavados e a casca é removida por meio de máquinas, resultando em um café com sabor mais limpo e maior acidez.
Separação de defeitos e preparo do grão
Após o beneficiamento, os grãos de café são classificados e separados por tamanho, densidade e qualidade. Grãos com defeitos, como grãos pretos, ardidos ou brocados, são removidos para garantir a qualidade do produto final.
Torrefação do Café: Transformando o Grão
A torrefação é o processo de aquecimento dos grãos de café verdes, que transforma suas propriedades físicas e químicas, resultando no sabor e aroma da bebida. É uma etapa fundamental na produção de café, porque influencia diretamente a qualidade final da bebida.
Perfis de torra
Os principais perfis de torra são:
- Clara: os grãos são torrados por um curto período, resultando em um café com acidez mais elevada, sabor mais frutado e corpo leve;
- Média: os grãos são torrados por um tempo intermediário, resultando em um café com equilíbrio entre acidez com notas de caramelo e chocolate;
- Escura: os grãos são torrados por um longo período, resultando em um café com sabor intenso e amargo, notas de chocolate amargo e especiarias.
Como a torra afeta o sabor?
Com o desenvolvimento de compostos que podem causar reações químicas e alterar o aroma e sabor, como açúcares, ácidos e compostos sulfurados. Ou com a caramelização que torna o café mais doce com amargor.
Para reduzir a acidez e aumentar o tempo de textura do sabor na boca, é só deixar os grãos torrando por mais tempo.
Moagem do Café: Escolhendo a Granulometria Certa
A moagem do café é o processo de triturar os grãos torrados em partículas menores, para facilitar a extração dos compostos solúveis durante a preparação da bebida. A granulometria da moagem influencia diretamente o sabor do café:
- Moagem grossa para métodos de infusão, como prensa francesa, que exigem um tempo de contato maior entre a água e o café;
- Moagem média para métodos de filtro, como café coado, que exigem um tempo de contato intermediário;
- Moagem fina para métodos de pressão, como expresso, que exigem um tempo de contato curto e alta pressão.
Por que precisa aplicar fertilizantes no solo do cafeeiro?
Porque se o café não receber a adubação necessária e nem os nutrientes adequados como: fósforo, potássio e nitrogênio, além dos impactos climáticos, a colheita será toda perdida.
Além disso, também precisa regar com frequência, pois as altas temperaturas podem prejudicar os estágios do manejo e causa estresse hídrico na planta. Os fertilizantes também contribuem no controle de pragas e doenças.
Por isso recomendados a aplicação de fertilizantes de solo que fornecem os nutrientes que as plantas precisam para crescer e produzir frutos e sementes de qualidade.
Possui nutrientes essenciais como nitrogênio, fósforo e potássio, absorvidos pelas raízes das plantas, que influenciam o cafeeiro desde o desenvolvimento das raízes e folhas até a produção de flores e frutos.
Benefícios do fertilizante de solo para a cafeicultura
Ajudam a melhorar a estrutura do solo, tornando-o mais poroso e capaz de reter água, o que beneficia o crescimento das raízes.
Os fertilizantes também promovem o aumento da atividade microbiana benéfica no solo, o que contribui para a decomposição da matéria orgânica e a liberação de nutrientes para as plantas.
Ao fornecer os nutrientes certos e melhorar a saúde do solo, os fertilizantes de solo aumentam a produtividade das culturas. As plantas crescem mais fortes e saudáveis, produzem mais frutos e sementes, e são mais resistentes a doenças.
Isso resulta em colheitas mais abundantes e de melhor qualidade, o que beneficia os agricultores e contribui para a produção de alimentos.
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