Ciclo Completo da Cana-de-Açúcar

January 28, 2025
11mins
Equipe ICL
Brasil

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    Breve História do plantio de cana no Brasil

    A história do plantio de cana-de-açúcar no Brasil é marcada por seu papel central no desenvolvimento econômico, social e cultural do país, especialmente nos períodos colonial e imperial. Introduzida pelos portugueses no início do século XVI, a cana-de-açúcar rapidamente se tornou um dos principais itens econômicos da então Colônia.

     

    Início no Brasil Colônia

    A cana-de-açúcar foi trazida ao Brasil logo após a chegada dos portugueses em 1500. A primeira lavoura de sucesso foi registrada em 1532, na capitania de São Vicente (atual estado de São Paulo), sob a liderança de Martim Afonso de Sousa.

    O solo e o clima tropical brasileiros demonstraram-se ideais para a produção da Cana, em especial a região nordeste nos estados da Bahia e do Pernambuco, que se tornaram os principais produtores.

    O Sistema de Plantation

    O cultivo da cana-de-açúcar foi organizado sob o modelo de plantation, caracterizado por:

    • Grandes propriedades rurais (os engenhos).
    • Mão de obra escravizada, inicialmente de povos indígenas e, posteriormente, de africanos trazidos à força.
    • Produção voltada principalmente para a exportação.

    Esse modelo tornou o Brasil, durante o século XVII, o maior produtor mundial de açúcar, suprindo a crescente demanda europeia pelo produto.

    Expansão e Decadência

    No auge do ciclo do açúcar, entre os séculos XVI e XVII, o Brasil competia diretamente com outras colônias portuguesas e também com as Antilhas, que passaram a produzir açúcar de forma mais barata com apoio holandês. Isso reduziu a liderança brasileira no mercado global.

    No entanto, a cana continuou sendo cultivada em larga escala, principalmente para atender ao consumo interno e regional.

    Século XIX e Modernização

    Com o fim do tráfico de escravizados e as mudanças econômicas no século XIX, a produção de açúcar no Brasil passou por uma série de transformações. A modernização dos engenhos e a introdução de usinas centralizadas impulsionaram a produção. Durante esse período, houve também um aumento na diversificação do uso da cana, incluindo a produção de cachaça e, mais tarde, etanol.

    Século XX e XXI

    No século XX, o setor sucroalcooleiro foi impulsionado por políticas governamentais, como o Proálcool na década de 1970, que fomentou o uso do etanol como combustível alternativo ao petróleo. Hoje, o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de açúcar e etanol no mundo, com estados como São Paulo, Goiás, e Minas Gerais liderando a produção.

     

    Ciclo de Desenvolvimento e Fenologia da Cana-de-Açucar

    O ciclo  da cana-de-açúcar refere-se às etapas de desenvolvimento e cultivo da planta, desde o preparo do solo até a colheita. No Brasil, o cultivo segue um ciclo anual ou semiperene, dependendo das condições climáticas e práticas agrícolas. Veja as principais etapas:

    1. Preparo do Solo

    • Descrição: Antes do plantio, o solo é preparado para garantir um ambiente propício ao desenvolvimento da planta.
    • Principais práticas:
      • Análise do solo para identificar deficiências de nutrientes.
      • Correção da acidez (calagem), se necessário.
      • Adubação com fósforo, necessária.
    • Necessidades fisiológicas e nutricionais: A planta ainda não está em desenvolvimento, mas é essencial garantir a disponibilidade de nutrientes como fósforo e potássio no momento do plantio.
    1. Plantio

    • Descrição: A cana é plantada por meio de colmos (pedaços do caule) com gemas que darão origem aos brotos.
    • Época: Geralmente coincide com o início da estação chuvosa, entre janeiro e abril.
    • Necessidades fisiológicas e nutricionais:
      • Alta disponibilidade de fósforo para estimular a formação das raízes.
      • Boa umidade do solo e temperaturas entre 25°C e 35°C para favorecer a germinação.
    1. Germinação e Brotação

    • Duração: De 15 a 45 dias após o plantio.
    • Descrição: As gemas dos colmos começam a brotar, originando os primeiros brotos e raízes.
    • Necessidades fisiológicas:
      • A planta precisa de boa umidade e calor para estimular a divisão celular e a formação de tecidos.
    • Necessidades nutricionais:
      • Fósforo (P): Essencial para o desenvolvimento inicial das raízes.
      • Nitrogênio (N): Estimula o crescimento dos brotos.
      • Potássio (K): Auxilia no transporte de nutrientes e na resistência ao estresse.
    1. Perfilhamento

    • Duração: De 30 a 120 dias após o plantio.
    • Descrição: A planta começa a formar múltiplos colmos (perfilhos) a partir da base.
    • Necessidades fisiológicas:
      • Alta atividade fotossintética para sustentar o rápido crescimento.
      • Desenvolvimento do sistema radicular para absorção de água e nutrientes.
    • Necessidades nutricionais:
      • Nitrogênio: Fundamental para o crescimento dos perfilhos.
      • Potássio: Importante para a formação de colmos fortes e saudáveis.
      • Micronutrientes (como zinco e boro): Apoiam processos metabólicos e estruturais.
    1. Crescimento Vegetativo

    • Duração: De 120 a 270 dias após o plantio (ou mais, dependendo da região e variedade).
    • Descrição: A planta atinge o auge do crescimento em altura, diâmetro e produção de folhas.
    • Necessidades fisiológicas:
      • Alta taxa de fotossíntese para acumular biomassa.
      • Absorção intensiva de água e nutrientes do solo.
    • Necessidades nutricionais:
      • Nitrogênio: Para o crescimento das folhas e colmos.
      • Potássio: Melhora a resistência a pragas e estresses abióticos.
      • Magnésio: Importante para a fotossíntese, pois é componente da clorofila.
      • Enxofre: Essencial para síntese de proteínas e processos metabólicos.
    1. Maturação

    • Duração: 3 a 4 meses antes da colheita.
    • Descrição: O crescimento desacelera, e a planta concentra energia na produção de sacarose nos colmos.
    • Necessidades fisiológicas:
      • Redução do consumo de nutrientes e água.
      • Acúmulo de açúcares nos tecidos dos colmos.
    • Necessidades nutricionais:
      • Redução do fornecimento de nitrogênio para evitar estímulo ao crescimento vegetativo.
      • Potássio: Necessário para o transporte e armazenamento de sacarose.
      • Micronutrientes, como boro, podem auxiliar na maturação uniforme.
    1. Colheita

    • Duração: Geralmente ocorre entre maio e novembro.
    • Descrição: A planta é colhida quando atinge o ponto ideal de maturação, com o máximo teor de sacarose.
    • Necessidades fisiológicas e nutricionais:
      • No momento da colheita, o consumo de nutrientes pela planta já está reduzido.
      • A qualidade do manejo anterior influencia diretamente o teor de sacarose e a sanidade da soqueira para o próximo ciclo.
    1. Rebrota (Soqueira)

    • Descrição: Após o corte, a planta rebrotará naturalmente a partir do sistema radicular (soqueira), reiniciando o ciclo.
    • Necessidades fisiológicas:
      • Recuperação do sistema radicular e formação de novos brotos.
      • Boa disponibilidade de nutrientes para o estabelecimento da nova safra.
    • Necessidades nutricionais:
      • Adubação de cobertura, com foco em nitrogênio e potássio.
      • Micronutrientes para suportar o metabolismo inicial.

     

    Manejo da soqueira de cana-de-açúcar para maximizar a longevidade da cultura

    O manejo adequado da soqueira de cana-de-açúcar é essencial para maximizar a longevidade e produtividade do cultivo. A soqueira é o sistema radicular remanescente no solo após a colheita, responsável por dar origem a novas brotações (cortes subsequentes). Abaixo, detalho práticas importantes para o manejo da soqueira e como elas impactam a longevidade do cultivo:

    1. Planejamento da Colheita

    • Impacto: O momento e a forma de colheita influenciam diretamente a capacidade de rebrota da soqueira.
    • Boas práticas:
      • Altura do corte: Realizar cortes próximos ao solo, mas sem danificar as gemas ou o sistema radicular.
      • Colheita mecanizada ajustada: Regular as lâminas das máquinas para evitar cortes irregulares que possam prejudicar as gemas de rebrota.
      • Redução de compactação: Minimizar o tráfego de máquinas pesadas no campo para evitar compactação do solo, que pode dificultar o desenvolvimento radicular.
    1. Adubação Pós-Colheita

    • Impacto: A reposição de nutrientes consumidos pela planta anterior é fundamental para sustentar o crescimento da nova brotação.
    • Boas práticas:
      • Realizar uma análise de solo para determinar as necessidades específicas de adubação.
      • Aplicar nitrogênio para estimular o crescimento inicial das brotações.
      • Potássio: Essencial para o desenvolvimento dos colmos e a resistência a estresses.
      • Micronutrientes: Zinco, boro e manganês são importantes para a qualidade do novo ciclo.
      • Matéria orgânica: Aplicação de resíduos orgânicos, como torta de filtro ou vinhaça, para melhorar a fertilidade do solo.
    1. Controle de Plantas Daninhas

    • Impacto: Plantas daninhas competem com a cana por nutrientes, água e luz, reduzindo o vigor da rebrota.
    • Boas práticas:
      • Realizar o controle logo após a colheita, antes que as daninhas se estabeleçam.
      • Usar herbicidas seletivos ou práticas de manejo integrado.
      • Manter cobertura do solo para reduzir o surgimento de ervas daninhas.
    1. Irrigação e Conservação Hídrica

    • Impacto: O déficit hídrico pode comprometer a brotação e o crescimento inicial da soqueira.
    • Boas práticas:
      • Implementar sistemas de irrigação (gotejamento ou aspersão) em regiões com chuvas irregulares.
      • Adotar práticas de conservação do solo, como plantio em curvas de nível e cobertura vegetal, para reter umidade.
    1. Controle de Pragas e Doenças

    • Impacto: Pragas e doenças podem enfraquecer a soqueira, reduzindo sua capacidade produtiva e a longevidade do cultivo.
    • Boas práticas:
      • Monitorar pragas como a broca-da-cana e a cigarrinha-da-raiz, que podem danificar os colmos e raízes.
      • Adotar controle biológico (por exemplo, parasitoides como Cotesia flavipes contra a broca).
      • Usar variedades resistentes e manejo integrado para doenças como ferrugem e podridão.
    1. Manejo da Palha

    • Impacto: A palha residual da colheita pode proteger o solo, mas também favorecer o surgimento de pragas e doenças se não for bem manejada.
    • Boas práticas:
      • Manter a palha como cobertura no campo para conservar a umidade e reduzir a erosão.
      • Evitar a queima da palha, prática proibida em muitas regiões e prejudicial ao solo e ao ambiente.
      • Monitorar o acúmulo excessivo de palha, que pode dificultar a brotação.
    1. Renovação Programada da Lavoura

    • Impacto: Após vários cortes, a produtividade da soqueira diminui naturalmente, exigindo a renovação do cultivo.
    • Boas práticas:
      • Planejar a renovação após 5 a 7 cortes, dependendo da produtividade e do manejo adotado.
      • Usar técnicas como rotação de culturas (ex.: leguminosas) para melhorar a fertilidade do solo e quebrar ciclos de pragas.
    1. Uso de Variedades Melhoradas

    • Impacto: Variedades modernas e adaptadas têm maior vigor e resistência, contribuindo para a longevidade da soqueira.
    • Boas práticas:
      • Escolher variedades adequadas às condições climáticas e ao tipo de solo da região.
      • Substituir variedades suscetíveis a pragas ou doenças durante a renovação.

     

    Benefícios do Manejo Adequado da Soqueira

    1. Aumento da longevidade: Um bom manejo pode prolongar o número de cortes produtivos (soqueiras) de 5-7 anos para até 8-10 anos em alguns casos.
    2. Redução de custos: Aumentar a longevidade reduz a necessidade de replantio, diminuindo os gastos com mudas e preparo do solo.
    3. Sustentabilidade: Práticas de manejo conservacionistas preservam os recursos naturais e melhoram a saúde do solo ao longo do tempo.
    4. Maior produtividade: O manejo adequado maximiza a qualidade e o volume da produção em cada ciclo.

     

    Produtos para cada fase do ciclo da Cana-de-Açucar

    Preparo do Solo

    Linha Phusion
    A Linha Phusion é uma evolução em fertilizantes para solo trazendo um fornecimento de macros e micronutrientes e oferecendo uma nutrição completa na boca da planta em um único grânulo. 

    Sulfurgran B-Max

    SULFURGRAN B-Max é um fertilizante de solo composto por Enxofre e Boro, que permite corrigir o solo com esses dois elementos em uma única aplicação de baixa dosagem e fácil aplicação.

    Polyblen

    Polyblen é uma linha de fertilizantes de solo para Cana-de-Açucar que foi desenvolvida para atender às condições específicas dos solos brasileiros e suprir as necessidades da cultura durante todo o ciclo, por meio da liberação controlada pro nutrientes.

    Soqueira

    Longevus Soca

    Longevus Soca é um Fertilizante que apresenta em sua composição compostos orgânicos, macro e micronutrientes específicos para o desenvolvimento da soqueira de cana-de-açúcar.

    Sync Cana

    Sync Cana é um fertilizante foliar para a cana-de-açucar que contém precursores hormonais e nutrientes balanceados que fornecerão, de forma eficiente, fisiologia e nutrição para superar os estresses mais críticos no desenvolvimento do canavial.

    Planta

    Longevus Planta 

    Longevus Planta é um Fertilizante que melhora o arranque inicial da cultura, uniformidade de “stand”, desenvolvimento radicular, disponibilizando nutrientes para a Cana.

    Sync Cana

    Sync Cana é um fertilizante foliar para a cana-de-açucar que contém precursores hormonais e nutrientes balanceados que fornecerão, de forma eficiente, fisiologia e nutrição para superar os estresses mais críticos no desenvolvimento do canavial.

    Resistência a Seca

    Concorde

    Concorde é um Fertilizante Foliar para Cana-de-Açucar desenvolvido especialmente para promover uma rápida recuperação das plantas após situações de estresse.

    Para Aplicação: Tensor Max e Helper Air 

    Vegetativo

    Forcy Cana

    Forcy Cana é um fertilizante que tem na sua composição tecnologias que promovem uma nutrição específica na fase vegetativa da cana-de-açúcar.

    Energy Cana

    Energy Cana é um fertilizante que atua na fisiologia da cana-de-açucar, estimulando o metabolismo vegetal na produção de compostos que fazem com que a planta acumule reservas no sistema radicular para momentos de estresses e também a estimular o crescimento de biomassa vegetal.

    Para Aplicação: Tensor Max e Helper Air 

    Maturação

    Translok

    Translok, é um fertilizante foliar com tecnologia exclusiva para ajudar a cana-de-açucar durante o processo de maturação.

    Para Aplicação: Tensor Max e Helper Air 

     

    Sugestões de avaliações fitotécnicas

    Cana-de-açucar
    VegetativoMaturação NutricionalResistência à SecaColheita
    • Número de perfilhos• Análise tecnológica inicial (ATR)• Número de perfilhos• Produtividade
    • Massa verde• Número de perfilhos• Massa verde• Análise tecnológica (ATR)
    • Tecnologia de aplicação• Massa verde• Tecnologia de aplicação
    • TCH• Tecnologia de aplicação• TCH
    • Análise tecnológica (ATR)• TCH• Análise tecnológica (ATR)
    • Análise tecnológica (ATR)

     

    Disponibilidade de Nutrientes em função do pH

    Disponibilidade de Nutrientes Cana-de-Açucar ph