Guia Completo para o Ciclo da Soja
Confira o Guia Completo dos ciclos fenológicos da soja, fases vegetativas e reprodutivas e suas caracteristicas e necessidades nutricionais.
Inicio do plantio de soja no brasil
O início do plantio de soja no Brasil remonta ao início do século XX, mas o cultivo começou a ganhar relevância apenas a partir da década de 1960. A soja foi introduzida no país no final do século XIX, trazida inicialmente por imigrantes japoneses para cultivo em pequenas áreas no estado de São Paulo, com sementes importadas do Japão.
No entanto, foi com os avanços em pesquisa agrícola e adaptações genéticas que a soja começou a se estabelecer como uma cultura de destaque. Durante a década de 1940, estudos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), em Piracicaba, SP, começaram a explorar o potencial da soja como uma cultura comercial. No entanto, foi somente nas décadas seguintes que o cultivo começou a expandir para regiões mais amplas.
A virada ocorreu a partir da década de 1970, com a expansão da fronteira agrícola para o Cerrado, impulsionada por políticas governamentais, pesquisa e desenvolvimento liderados pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). A introdução de variedades de soja adaptadas às condições de solo e clima do Cerrado foi um divisor de águas. Além disso, o uso de técnicas como a correção do solo ácido, por meio da calagem, e o manejo de fertilizantes ajudou a transformar o Cerrado em uma das principais regiões produtoras de soja do mundo.
Fases Fenológicas da Soja: O Ciclo Completo da Cultura e Sua Importância para a Produtividade
As fases fenológicas da soja correspondem às diferentes etapas de desenvolvimento da planta, desde a germinação até a maturidade. Cada uma dessas fases possui características específicas que influenciam o crescimento da cultura e, consequentemente, seu rendimento final. O ciclo fenológico da soja é dividido em dois grandes estágios: o vegetativo, que abrange o crescimento inicial da planta, e o reprodutivo, que engloba a formação de flores, vagens e grãos.
Compreender as fases fenológicas é essencial para o manejo eficiente da lavoura, pois permite ao produtor identificar os momentos mais críticos para intervenções, como aplicação de fertilizantes, controle de pragas e irrigação. Além disso, cada fase apresenta diferentes necessidades nutricionais, hídricas e de controle fitossanitário, o que exige estratégias ajustadas para otimizar o potencial produtivo.
Por exemplo, na fase de desenvolvimento vegetativo, a soja precisa de condições favoráveis para o estabelecimento das raízes e o crescimento inicial, enquanto, na fase de enchimento de grãos, a demanda por nutrientes como potássio e nitrogênio é máxima. O desequilíbrio nutricional ou o estresse ambiental em qualquer uma dessas etapas pode comprometer significativamente o rendimento.
Confira abaixo a ilustração das fases fenológicas da soja e os detalhes de cada uma.
Germinação e Emergência (VE)
Nesta fase, a semente absorve água, iniciando o processo de germinação. A emergência ocorre quando a plântula rompe o solo e as primeiras folhas (cotilédones) aparecem.
Necessidades nutricionais:
É fundamental garantir a disponibilidade de fósforo (P) e potássio (K) para o desenvolvimento inicial das raízes e plântulas.
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Germinação e Emergência (VE)
Nesta fase, a semente absorve água, iniciando o processo de germinação. A emergência ocorre quando a plântula rompe o solo e as primeiras folhas (cotilédones) aparecem.
Necessidades nutricionais:
É fundamental garantir a disponibilidade de fósforo (P) e potássio (K) para o desenvolvimento inicial das raízes e plântulas.
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Desenvolvimento Vegetativo (V1 a V12)
O desenvolvimento vegetativo é caracterizado pela emissão das folhas trifoliadas. As fases V1, V2, e assim por diante, correspondem ao número de nós com folhas completamente desenvolvidas.
Necessidades nutricionais:
- Nitrogênio (N): Necessário manter o estimulo ao FBN para o fornecimento durante todo o ciclo da cultura.
- Micronutrientes como molibdênio (Mo) e cobalto (Co) também auxiliam na fixação do nitrogênio.
- Cuidado com a correção de solos, garantindo pH adequado para a absorção eficiente dos nutrientes.
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Início da Reprodução (R1 – Início da Floração)
A fase R1 marca o início da floração, quando as primeiras flores aparecem. É uma etapa crítica, pois define o potencial produtivo da lavoura.
Necessidades nutricionais:
- Alta demanda por fósforo (P), essencial para o florescimento.
- Enxofre (S) é importante para a síntese de proteínas.
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Plena Floração (R2)
Nesta fase, a planta apresenta flores totalmente desenvolvidas. O estresse hídrico ou nutricional aqui pode impactar diretamente na formação das vagens.
Necessidades nutricionais:
- Potássio (K) para manter o equilíbrio osmótico e promover a translocação de nutrientes.
- Zinco (Zn) e boro (B) para formação das estruturas reprodutivas.
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Formação de Vagens (R3)
A fase R3 ocorre quando as primeiras vagens começam a se formar. É uma etapa decisiva para o enchimento de grãos.
Necessidades nutricionais:
- Alta demanda por potássio (K) e magnésio (Mg), essenciais para o transporte de açúcares e o enchimento das vagens.
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Enchimento de Grãos (R4 a R5)
Entre R4 e R5, os grãos começam a crescer rapidamente, acumulando nutrientes. O enchimento adequado é crucial para o peso final da produção.
Necessidades nutricionais:
- Nitrogênio (N) e potássio (K) continuam sendo necessários em grandes quantidades.
- O cálcio (Ca) contribui para a qualidade dos grãos.
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Maturação (R6 a R8)
A fase de maturação inicia-se quando as vagens atingem o tamanho máximo e os grãos começam a perder umidade. A R8, maturidade plena, é o ponto de colheita.
Necessidades nutricionais:
- Nesta etapa, a demanda nutricional diminui. O foco deve ser evitar o estresse, como a desfolha prematura causada por pragas ou doenças.
Produtos para aplicação em pré plantio e plantio:
Produtos para o Solo:
Sufurgran B-Max – Fertilizante de solo composto por enxofre e boro, que permite corrigir o solo com esses dois elementos em uma única aplicação e com baixa dosagem.
Linha Phusion – Tecnologia Maxxi-Phós responsável por aumentar a eficiência no fornecimento de fósforo para as plantas. Algumas fórmulas também possuem S e Mg
PotashPlus – Fertilizante de Solo com uma combinação ideal de Potássio, Enxofre, Cálcio e Magnésio.
Produtos para Tratamento via Semente:
UP! Seeds: Desenvolvido para proporcionar estímulos nutricionais e fisiológicos nos estádios iniciais da Soja, conferindo maior arranque inicial com ganhos no enraizamento e estímulos à fixação biológica de nitrogênio (FBN).
Produtos para a fase Vegetativa:
Tônus – Proporciona estímulos nutricionais e fisiológicos que atuam na longevidade e renovação dos nódulos do FBN para manter a fixação e aproveitamento do nitrogênio até a fase de enchimento dos grãos, momento fundamental para a produtividade da lavoura.
Recomendação: 300 g/ha de Tônus na fase vegetativa da cultura (V3 – V6)
Bioz Kellus Inox – Para Redução do travamento da soja pela aplicação de glifosato, Bioz Kellus Inox é composto por nutrientes 100% quelatados por EDTA, garantindo segurança nas misturas e maior eficiência agronômica.
Recomendação: Aplicação de V2 a V6: 500 g/há
Energy – Para maior energia na Fase inicial da Cultura, Energy é um produto com um balanço de nutrientes para maior produção de energia e redução de estresses nesta fase da cultura.
Recomendação: 2 kg/ha na fase vegetativa da cultura (V3 – V6)
Produtos para final da fase vegetativa – começo da fase reprodutiva
Triplus Anuais – Equilíbrio entre os efeitos biorregulador e nutricional, reduzindo os gastos energéticos no período reprodutivo e consequentemente o abortamento de flores. Este produto potencializa o metabolismo do nitrogênio, reduz a síntese de etileno e favorece o pegamento de flores
Recomendação: 0,3 L/ha no início da fase reprodutiva da cultura (V8 – R1)
Linha Profol: Um complexo equilibrado de macro e micronutrientes que estão diretamente relacionados com a fotossíntese e a produção de grãos. Os nutrientes são disponibilizados por meio de um mix de fontes, com elevada solubilidade e com o objetivo de aumentar a eficiência nutricional.
Recomendação: 1,5 a 2 kg/ha na fase vegetativa e reprodutiva para as culturas anuais
Linha Bioz Kellus Para a indução a resistência a doenças, Kellus Imune Atua na indução da resistência das plantas a partir de alterações estruturais e reações bioquímicas. Dupla ativação do sistema de defesa das plantas. Kellus Copper contém: Cu (13,5%) – Efeito direto sobre o patógenos. Cu 100% quelatado EDTA, para maior eficiência fisiológica. Efeito de proteção de plantas aliado a nutrição.
- Recomendação: Kellus Imune – 500 g/ha
- Kellus Copper – 50 a 70 g /ha aplicado 2 a 3 vezes durante o ciclo da cultura
Produtos para a fase de Enchimento de Grãos
Nutriduo – Para Mitigação de estresse, enchimento de grãos e biofortificação, Nutriduo traz em sua composição selênio (Se), zinco (Zn) e magnésio (Mg) entre outros nutrientes importantes, agregando no desempenho das culturas e melhorando a qualidade de vida das pessoas.
Recomendação: 1 kg/ha no estádio de R3
Translok – Para aumentar translocação de açucares para os grãos, Translok Auxilia a planta a gerir a fase de enchimento, com maior disponibilidade de energia para translocação de açucares.
Recomendação: 2 kg/ha no estádio de R5.1 ou 2 aplicação de 1 kg/ha nos estádio de R3 e R5.1
Concorde – Para redução de estresses ocasionados por fatores abiótico e bióticos, Concorde supre as necessidades de aminoácidos das plantas quando sua produção natural é niglecendiada por situações de estresse. Além de 17 aminoácidos essenciais, Concorde apresenta em sua formulação 8 nutrientes balanceados para favorecer o desenvolvimento das plantas.
Recomendação: 1 a 2 L/ha de acordo com o estádio fenológico e situação de estresse
Adjuvantes para aplicação:
Variações no Ciclo de Produção da Soja: Entenda os Diferentes Tipos e Fatores Determinantes
O ciclo de produção da soja pode variar consideravelmente de acordo com a cultivar, as condições climáticas e o manejo aplicado. Essas diferenças são essenciais para determinar o planejamento da safra, especialmente em um país continental como o Brasil, onde as condições regionais e os objetivos do cultivo podem influenciar diretamente o ciclo da cultura.
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Ciclo Convencional da Soja
O ciclo convencional da soja é aquele em que a planta completa todo o seu desenvolvimento, desde a germinação até a maturidade, em um período médio de 120 a 150 dias. Cultivares de ciclo convencional são mais indicadas para regiões onde o período de cultivo é maior, como no Sul do Brasil.
Essas variedades permitem que a planta atinja um desenvolvimento pleno, resultando em uma maior produção de biomassa e potencial produtivo. No entanto, exigem maior atenção ao manejo fitossanitário e nutricional ao longo do ciclo devido ao maior tempo no campo.
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Ciclo Comercial (Ciclo Precoce) da Soja
O ciclo comercial, ou ciclo precoce, refere-se a cultivares desenvolvidas para completar o ciclo em um período reduzido, geralmente entre 90 e 120 dias. Essas cultivares são amplamente utilizadas no Cerrado e em regiões de safrinha, onde há necessidade de liberar a área para o cultivo subsequente, como o milho.
Sojas de ciclo comercial apresentam algumas vantagens:
- Agilidade na colheita: possibilitam o plantio de uma segunda safra.
- Menor exposição a pragas e doenças: reduz o tempo no campo, diminuindo os riscos.
- Economia no manejo: menor necessidade de aplicações de insumos.
No entanto, é necessário um manejo rigoroso, pois essas variedades podem ser mais sensíveis a períodos de estresse hídrico e nutricional devido ao ciclo mais curto.
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Ciclos de Produção por Região
O Brasil apresenta grandes variações regionais que influenciam diretamente o ciclo de produção da soja:
- Sul do Brasil:
Na região Sul, o clima mais ameno e a maior disponibilidade hídrica favorecem cultivares de ciclo convencional ou intermediário. Isso permite maior aproveitamento do potencial genético das plantas. - Cerrado (Centro-Oeste e Nordeste):
O Cerrado brasileiro é dominado por cultivares de ciclo comercial e precoce, devido à necessidade de aproveitar a janela ideal de plantio e liberar áreas para a safrinha. O manejo do solo e da irrigação é crucial para o sucesso dessas variedades, especialmente em solos de baixa fertilidade natural. - Norte e Nordeste:
Nessas regiões, o ciclo da soja tende a ser mais curto, devido à maior temperatura e intensidade luminosa, que aceleram o desenvolvimento da planta.
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Fatores que Afetam o Ciclo da Soja
- Cultivar Escolhida:
A genética da cultivar é o principal fator que determina a duração do ciclo. Cultivares precoces, intermediárias ou tardias são selecionadas conforme os objetivos do produtor e as condições locais. - Fotoperíodo e Temperatura:
A soja é uma planta fotoperiódica, ou seja, seu desenvolvimento é influenciado pela duração do dia e da noite. Em regiões de dias mais curtos, o ciclo tende a ser reduzido. Além disso, temperaturas elevadas podem acelerar as fases fenológicas. - Condições Hídricas e Nutricionais:
O estresse hídrico em qualquer etapa do desenvolvimento pode atrasar ou comprometer o ciclo. Da mesma forma, solos pobres em nutrientes podem limitar o crescimento, afetando diretamente o tempo de maturação da planta. - Manejo Fitossanitário:
Infestações de pragas e doenças podem impactar o desenvolvimento da cultura, prolongando ou interrompendo o ciclo de forma prematura.