Respostas fisiológica e nutricional da mangueira a aplicação de micronutrientes

Respostas fisiológica e nutricional da mangueira (cultivar Keitt), a aplicação de micronutrientes da Linha Kellus.

12mins

Objetivo
Avaliar o aporte de micronutrientes, ferro, manganês e zinco na mangueira cv Keitt, em resposta a aplicação foliar de Kellus Iron, Kellus Manganese e Kellus Zinc, submetida as condições climáticas do submédio do São Francisco.

Triplus Perenes:
A mangueira (Mangifera indica L.) é uma espécie frutífera, dicotiledônea, pertencente à família Anacadiaceae que possui características organolépticas desejáveis ao mercado consumidor. A manga ocupa o segundo lugar no ranking mundial em termos de produção e área cultivada (CHENG et al., 2019; SANTO et al., 2018).
A região do Vale do São Francisco, está em uma região classificada como semiárido e é um importante polo da fruticultura brasileira, entretanto existem vários fatores abióticos que causam perdas significativas na produtividade e qualidade do produto colhido. Abortamento de flores, é um problema frequente nos pomares da região e o manejo nutricional adequado assim como o equilíbrio hormonal são fatores que contribuem para a redução das perdas de frutos por abscisão (SIDDIQ et al., 2017). Nesse contexto, os biofertilizantes podem constituir uma alternativa para uso na mangueira, pois esses produtos já vêm sendo amplamente utilizados na agricultura (KAMEL, 2014; MACHADO et al., 2014; MANCUSO et al., 2006; RIBEIRO et al., 2017; SPINELLI et al., 2009) com o objetivo de aumentar a eficiência nutricional das culturas, a tolerância a estresses abióticos e melhorar a qualidade dos produtos agrícolas.
Para se obter uma boa floração na cultura da manga não podemos esquecer de alguns pilares como balanço hormonal, equilíbrio nutricional e atenuação de estresse considerando as condições climáticas da região. Estes fatores quando bem trabalhados promove uma melhor retenção de frutos e altos tetos produtivos . Pensando nisso a ICL desenvolveu o Triplus Perenes, uma tecnologia exclusiva pensando no incremento de retenção e pegamento de frutos para assim alcançarmos uma boa produtividade e rentabilidade.

Linha Kellus:
Em todas essas regiões, os usos de técnicas de manejo visando a floração da mangueira têm se tornado uma prática comum com o objetivo de escalonar a produção desta frutífera (RIPARDO et al., 2009). A razão para tal se deve a complexidade desta etapa que exige cuidado já que envolve uma multiplicidade de fatores (Kulkarni, 2004), destacando o fator climático, como por exemplo,a temperatura (Laxman et al., 2016), estado nutricional (Cavalcante et al., 2016), poda (Asrey et al., 2013), balanço hormonal (Ramírez et al., 2014), concentração de carboidrato (Moreira et al., 2014; Kumar et al., 2014;) e maturação do fluxo vegetativo (Cavalcante et al., 2018).
A fase que antecede a indução floral é denominada maturação dos ramos vegetativos da mangueira e esta fase é de suma importância para a produção, pois é neste momento em que as plantas mais sentem o estresse causado por altas temperaturas e baixa disponibilidade de água (Ramírez e Davenport, 2014). Assim, brotos com maior teor de carboidratos favorecem o início do florescimento e a compreensão da alocação de fotoassimilados entre folhas e ramos de mangueira pode ser importante para identificar os períodos de maior demanda de fotoassimilados durante o estádio reprodutivo (Cavalcante et al., 2018). Para tal alocação, é imprescindível a formação de uma conjunto foliar eficiente, ao longo da fase de crescimento vegetativo (DE SOUSA FERRAZ et al., 2020). Um dos aspectos atrelados ao crescimento vegetativo é a concentração de micronutrientes que tem que ser o mais equilibrada possível (Agarwala et al., 1988). Pensando nisso a ICL desenvolveu a linha Kellus que além de fornecer nutrição equilibrada e eficiente de micronutrientes traz o Efeito Inox, que mantém a planta nos mais altos níveis de rendimento fisiológico e na atenuação de estresse, deixando a planta com o metabolismo ativo por mais tempo. Dessa forma, potencializa-se ganhos em produtividade e a qualidade.

Concorde:
A mangueira (Mangifera indica L.) é uma espécie frutífera, dicotiledônea, pertencente à família Anacadiaceae que possui características organolépticas desejáveis ao mercado consumidor. A manga ocupa o segundo lugar no ranking mundial em termos de produção e área cultivada (CHENG et al., 2019; SANTO et al., 2018).
A região do Vale do São Francisco, localizada em uma região classificada como semiárido é um importante polo da fruticultura brasileira, entretanto existem vários fatores abióticos que causam perdas significativas na produtividade e qualidade do produto final. Deste modo, a utilização de ferramentas atenuadoras de estresse vem se tornando uma importante ferramenta. Pesquisas mostram que o uso de aminoácidos de cadeia curta, os chamados L – aminoácidos, compõem um grupo importante de compostos antiestresse e recuperadores do metabolismo. Isso ocorre porque agem como precursores de hormônios endógenos ou como ativadores de enzimas e da disponibilização de metabólitos capazes de promover tolerância a estresses (CASTRO, 2011). Suas principais funções estão ligadas ao metabolismo vegetal, pois são constituintes de proteínas, bem como precursores de inúmeras substâncias reguladoras do metabolismo fisiológicos dos vegetais. Os aminoácidos, dentre outras funções, têm interação com a nutrição de plantas, aumentando a eficiência na absorção, transporte e assimilação dos nutrientes (CASTRO, 2006).
Para atender as exigências do escoamento de mercado na cultura da manga que a cada dia está mais exigente necessitamos trabalhar um calibre ideal de acordo com cada mercado, e por isso é preciso aumentar não apenas a produtividade, mas também a qualidade e consequentemente a rentabilidade para o produtor. Pensando nisso a ICL desenvolveu o Concorde uma tecnologia que apresenta em sua formulação um complexo de aminoácidos aliados a presença de 9 nutrientes balanceados que aumentarão o metabolismo das plantas e, consequentemente, refletirá em uniformidade de calibre de frutos e produtividade.

 

Tratamentos

Tabela: Descrições dos manejos nutricionais e fisiológicos realizados na mangueira cv. Keitt na região do submédio do São Francisco.

TratamentosFertilizantesDose (kg ha-1)N° aplicaçõesFase fenológica
T1Testemunha (sulfatos)---
T2Kellus Iron0,54Brotação / Pós colheita
Kellus Manganese0,5
Kellus Zinc0,5

Resultados

O protocolo foi conduzido na região do submédio de São Francisco pela empresa Clorofila Agropecuária e Consultoria, cujo responsável técnico é o Eng. Agr. Luiz Eduardo C. de Souza Ferraz.
As variáveis avaliadas na mangueira foram:
– Índice de clorofila total (%)
– Extravasamento de Eletrólitos (µS/cm)
– Teores foliares dos micronutrientes Fe, Mn e Zn:

a) Índice de Clorofila total (%)
Nas avaliações realizadas, foi possível observar que houve uma tendência
ao aumento dos teores de clorofila no tratamento 02, onde foram realizadas as aplicações da Linha Kellus. Tal índice, significa uma maior eficiência na taxa fotossintética e, consequentemente, na produção de fotoassimilados.
Gráfico 1. Índice de Clorofila total de mangueira cv Keitt, submetida a aplicações foliares de micronutrientes com a Linha Kellus, no submédio do São Francisco.

b) Extravasamento de Eletrólitos (µS/cm)
O extravasamento de eletrólitos é uma característica de resposta ao estresse em células de plantas. Trata-se de um teste visando avaliar a magnitude da lesão induzida pelo estresse e para medir a tolerância de plantas.
Tabela 1: Dados referência para o comportamento do extravasamento de eletrólitos em mangueira, situadas no submédio do São Francisco.

O gráfico a seguir, demonstra que as aplicações foliares com a Linha Kellus resultaram em uma redução da taxa de extravasamento de eletrólitos durante o período analisado. Na média, ocorreu uma redução de 60% (testemunha) para 53,5% com o tratamento Linha Kellus.
Ou seja, o uso da tecnologia Kellus via foliar, acarretou uma redução no efeito do estresse abiótico na mangueira. Plantas submetidas a menores períodos de estresse em geral possuem maior acúmulo de fotoassimilados e aumento na produtividade e qualidade do fruto final (G.M. Souza, 2015).
Gráfico 02. Extravasamento de Eletrólitos (µS/cm) em Mangueira cv Keitt submetida a aplicações foliares de micronutrientes com a Linha Kellus, no submédio do São Francisco.

 

c) Parâmetro nutricionais:Teor foliar de ferro, manganês e zinco (mg/g).
Foram analisado os teores nutricionais dos micronutrientes Fe, Mn e Zn durante o desenvolvimento da mangueira. Nota-se que houve um aumento dos nutrientes absorvidos no tratamento com a Linha Kellus quando comparado com a testemunha.
Gráficos com análise nutricional de ferro (Fe), manganês (Mn) e de zinco (Zn) em folhas de mangueira cv Keitt (mg/kg), submetida a aplicações foliares com Kellus Iron, Kellus Manganese e Kellus Zinc, no submédio do São Francisco.

Posterior aos tratamentos do experimento, observa-se um aumento na concentração, superior ao nível crítico – de todos os elementos, principalmente no tratamento T-02, ao qual se referea Linha Kellus para todos os nutrientes avaliados Ferro, Zinco, Manganês.

 

Conclusões
O uso da tecnologia Kellus proporcionou melhores resultados quanto ao teor total de clorofila (maior eficiência fotossintética), menor extravasamento de eletrólitos (redução no efeito do estresse sofrido pela planta) e maior absorção dos elementos Fe, Mn e Zn, demostrando a ação do efeito inox e sua alta eficiência.

Referências
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